O amor e a empatia ajudam o fardo a ficar mais leve
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil é o câncer de mama. O assunto é tão importante que ganhou até um mês inteiro de campanha a fim de conscientizar as mulheres da importância de se cuidar, se tocar e adotar hábitos que contribuam para a detecção precoce da doença, apesar da doença acometer também homens, a grande maioria afetada é do sexo feminino.
Nos tempos atuais, muitos de nós já assistiram ao menos uma história de alguém que venceu a doença e, com certeza, não encaram o assunto com os mesmos olhos, após passar pela experiência. O principal fator que influenciou positivamente minha experiência com o assunto foi a detecção precoce. Uma pessoa muito amada, que sempre se cuidou e tinha a prática de exames regulares, descobriu a doença em sua fase inicial. Ela passou por todos os processos desde o diagnóstico, cirurgia de retirada da mama, quimioterapia e até tratamento pós-doença e cada uma destas etapas deixou uma marca e foi comemorada calorosamente.
Apesar de ser ainda nova quando tudo aconteceu, me lembro com clareza de momentos que trouxeram aprendizados para mim e para toda a família. Um deles foi em relação ao que aprendemos sobre a empatia e a força sobrenatural da união. Quando o cabelo dela começou a cair, a decisão foi de raspar a cabeça e não usar acessórios para cobri-la. Esta é uma decisão pessoal e cada mulher tem o direito de conduzir como se sentir melhor, seja usando peruca, chapéus, lenços ou até mesmo sem nenhum acessório. Ao conversarmos sobre o tema, alguns anos depois do ocorrido, ela se lembrou dessa experiência me contando que, ao tomar a decisão de cortar o cabelo, imediatamente seu irmão resolveu apoiá-la e raspar também a sua. Daí em diante, ele manteve seu cabelo raspado. Aquele simples gesto, e um muitos outros que partiram espontaneamente de diversos familiares e amigos, foi a base para que ela tivesse força para vencer a doença. Hoje ela está bem, decidiu não reconstituir a mama retirada e carrega consigo a marca da certeza de que lutou e venceu o câncer de mama da melhor forma possível, com amor e apoio de todos que a amam.
Esta luta não é fácil e é impossível prever de que forma será enfrentada, até o momento em que a pessoa se ve paralisada com a notícia. O importante é que nós, mulheres, tenhamos a consciência de que esse assunto deve ser tratado abertamente e o caminho mais curto para vencer a doença é ser diagnosticada ainda na fase inicial e iniciar o tratamento imediatamente, sempre acompanhada por um profissional de sua confiança. Além disso, compartilhar a informação, angustias e sentimentos com alguém de confiança poderá ajudar o fardo a ficar mais leve!